Não me chores, não me chores nunca,
Nem sequer quando, uma tarde,
O caule da minha vida se inclinar
E eu me esvair da minha presença:
Não me chores, nunca, nunca –
Em ti me deixei e a morte é ilusão
E a minha morte foi iludida:
Levou o que nada importa,
O eco fugaz das leis da matéria,
Mas eu em ti me deixei, aí sou raiz,
Como o vento do tempo leva as coisas,
Fazendo-as passar,
Sendo esse passar parte do ficar das coisas.
Quando morreres não temas:
Enlaçada comigo, na matéria do tempo,
Seremos essa presença que o seu nome esquece,
Essa presença que tem por rosto a ausência,
Seremos, assim, como ausente parece o tempo.
Nuno Rocha Morais
(Meu amado filho, fico à espera do nosso reencontro)
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