Nasço.
Não me ergo da mão de Deus
Nasço do fundo do sol,
Das dobras da terra
Dos recantos do céu.
Nasço completamente nu,
A nudez nua.
Será a idade feiticeira
Que me construirá,
Serei eu que construirei a idade.
Construo Deus,
Construo o pecado por entre os dedos
E os pensamentos.
Construo a minha morte,
O livro que se fecha sussurradamente.
A página como uma clepsidra
Onde a morte é a gota do último suspiro.
Nuno Rocha Morais
(Parabéns pelos teus 50 anos, meu amado filho)