domingo, 20 de março de 2016

A Europa é um punho que se fecha
Sem que ninguém saiba bem porquê,
Um espantalho com capacete de aço
Sobre campos estéreis,
Digladiando-se com corvos e gralhas imaginários.
A Europa enfraquece-se com sonhos de fortalezas,
Falésias, escolhos, alcantis.
A Europa há-de asfixiar
De apenas tanto respirar
O seu próprio ar.
E lamentar as suas bodas de arame farpado.
Finalmente, os moinhos carregam
Sobre D. Quixote.

Nuno Rocha Morais

Deram-nos uma liberdade de cravos Desenterrada dos mais sombrios tempos – Crónica da memória – Liberdade pisada, amarfanhada Nas profundezas...