domingo, 14 de junho de 2020

Canto das Áfricas


Ecoam os tambores  dos planetas
No firmamento que emergiu
Da profunda vontade e sacrifício.
Em exóticas árvores, os frutos
Pairam puros, mais claros e mais límpidos.
Afogam-se de tribo em tribo as lanças
Não na pele – no peso de outros tempos,
Cujas águas translúcidas revelam
Corpos negros que dançam como irmãos.
O ódio guerreiro jaz sepulto no ar
Onde, alados e soltos, sobem cânticos.
O fragor da batalha é agora abraço.
Da lonjura dos tempos e dos homens
As antigas deidades são chamadas,
Oprimidas em peitos oprimidos,
Pés delirantes chamam a nova África.
Mãos que outrora empunharam armas e ódios
Clamam a Phenix Africana e a Foice.


Nuno Rocha Morais (poemas sociais)

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