O dia despe-se,
Visível é já a pele da
noite.
A luz dança com as
sombras,
Dancemos também.
Dentro de nós ateiam-se
As cinzas da música,
Que em ritmo e chama
De novo se reúnem.
Dancemos por estas
ruas,
Múrmuras, secretas,
Fluindo lentas pela
tranquilidade
Que coroa o ocaso.
Dancemos, deixemos
Que os gestos nasçam
E se libertem dos
corpos
E se percam na música
inaudível
A que pertencem.
Dancemos, somos
esperados,
Renascidos, do outro
lado da música.
Nuno Rocha Morais