Em destruir o que
espero.
Mas alguma coisa espero
Para a minha morte,
Como uma espécie de
riso
Final e póstumo:
Que ninguém sobre mim
Perturbe ervas daninhas
Ou, como elas, crianças
Que queiram vir brincar
Sobre e dentro do silêncio
Disposto sobre a minha
morte.
Deixem-me ir com elas,
Dentro do meu riso –
É tudo o que espero,
Se além há uma vida,
Se além se pode esperar
Mais do que nesta.
E esse instante de riso
Não é pouco para a
eternidade –
Nem menor quimera
Ou mais sábia loucura,
Perpétuo numa risada.
Nuno Rocha Morais