Tão tranquilo era o cansaço
Envergando um corpo
Como vestes pesadas;
Mas, então, a laranja:
Come-se o fogo vivo
E sumário, desce
Conhecendo os desvãos de um corpo;
Todas as saídas, todas as soluções
Fossem assim, tão pouco enfáticas,
Tão humildes.
O cansaço e outros vendilhões
Saem pacificamente,
Sem a veemência do látego.
A laranja é o fruto mais próximo
De uma salvação objectiva, directa,
Pelo regresso à vida.
Nuno Rocha Morais
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