E visita os primeiros sonos,
Eu medito na tua memória,
Nos acontecimentos que dela saíram,
Orlas de espumas de um tempo antigo.
Ouvi-te falar da tropa como o paraíso,
Talvez uma daquelas ironias,
Necrológios, uma linguagem
Que só na tua memória é inteligível,
Mesmo num ar que nada sabe de pássaros,
Num sangue de folhas mortas,
Porque então só aí o ar é claro,
Só aí o teu corpo compreende a respiração,
Os olhos conhecem os climas das suas cores.
Nuno Rocha Morais
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