A morte sempre horizonte,
Sempre presente, sempre prometida;
Os lugares, fugazes
Secam da magia que algum viver
Ou alguma memória lhes infundiu
Morrer na pátria? Ser sepultado na pátria?
Pátria é essa que em nós sonhamos,
E que, sabiamente, nunca enflora
Mais além do que o sonhar
É certo que os versos de um poeta
São o seu sonho de pátria,
A sua pátria de sonho,
Os versos do poeta são a sua sepultura,
O lugar infindo onde se deita
Para não morrer.
Por isso, onde o homem ancorou na morte,
Aí fique, matéria gerando matéria.
Ao poeta, deixe-se a voz
Que ninguém pode sepultar.
Nuno Rocha Morais
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