Erraste, falhaste
E é toda a tua alma reunida
Numa tenebra, num tormento
Que, com a sua força centrípeta
Te arrasta, te puxa, te clama, te exige
Que assumas toda a pecha,
Toda a tinta derramada no espaço,
Toda a tinta que transbordou
Do pensar, da palavra, do gesto.
Atravessas a tua alma,
Convulsionada pela dissonância,
Desgrenhada pelo facto que se quebrou
Contra as leis conhecidas
E dóis-te.
Mas pensa:
O erro é verde haste
Que natureza ou deus nunca errou?
O que é divino ou natural
É afundar, exilar, desvanecer o erro
Na ordem perfeita.
Pensas ainda:
Parte da alma é erro,
Parte do sonho é erro,
Parte de mim é erro,
O erro é clara e certa metade da face.
Nuno Rocha Morais
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