É o fim do mundo.
Não a justiça vingativa.
O fim do mundo é outro:
Os filhos que cresceram
E já não têm infância;
O crepúsculo que chega
Cada vez mais cedo,
O leste que desabrocha
Cada vez mais tarde;
O silêncio cada vez mais seco,
Cada vez mais sem amor,
Cada vez mais sem solidão;
O corpo saqueado,
A idade que já nada devolve,
A memória a um canto da sombra,
Chorosa, chorosa.
O fim do mundo
No mundo que continua
Quando nós, porém, não.
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