segunda-feira, 11 de maio de 2020

                              
                                           A Garcia Lorca

Falavam-te da morte e vias os outros morrer,
Mas pensaste que a terra não teria força
Para apagar o viço da tua vida.
Nos teus poemas, a Espanha era sol

E era oliveiras e laranjas e manhãs morenas
E raparigas de risos rútilos.
Mas, depois, o sangue ancorou e ancorou no teu nome –

Foi o silêncio que entrou em ti
Na forma de um corpo caído.

É o teu nome que vela,
O nome ao qual ainda regressas, 

Como se nunca tivesses morrido: 
Cada vez que uma voz vibra
Um verso teu, entras
No teu nome jamais derramado. 


Nuno Rocha Morais (Galeria)

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