Eu corria atrás da música,
Ela vestia de branco
Eram espuma, espuma.
Se a perdia, ela fazia-se ouvir
No espesso mel de uma flauta,
Som que me aspergia
Como fio de água
Em sede inchada.
A música iniciava-me,
Eu corria atrás dela,
Da sua textura fina,
Era branca, branca estrela
Exilada nas águas do vidro;
Eu corria atrás da música,
Perseguia-a como um fauno,
Num cego morrer,
Num alto despenhar-me.
A música fugia
E enleava-me nos seus anéis,
Fugia e desejava-me,
Fugia e chamava,
Chamava sempre, sempre,
A música em mim vitrificada.
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