Naves de silêncio imponente,
Palavras que ultrapassam o tempo,
Onde estais, que apenas vejo
Versos apodrecidos, que nem vão
Além da página que facilmente os doma?
Onde o vento, onde os sinos,
Onde as janelas que, todas somadas,
Fariam o poema sublime
Que nem o esquecimento de uma Eternidade inteira
O poderia dissolver em mudez?
Onde o verso, barco acordado e invencível,
Que só vejo o momento seco de um cardo?
Onde a beleza, sendo a única que diviso
A que resta de um sonho em ruínas?
Inexoravelmente, o meu verso
Se divide no espaço
E retorna ao peso do silêncio,
Aprisionado no centro de uma idade.
Nuno Rocha Morais
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