domingo, 19 de maio de 2024

Enquanto dura o teu perfume –

A silhueta sem objecto,

Os contornos da tua ausência,

Como se um simples procurar-te

Fosse nefasto, tanto como olhar para trás –

Enquanto dura o teu perfume,

Vou sentar-me contigo,

Deixar o tempo espiralar-se

Para não ser já tarde ou cedo,

Sentir como a memória forma,

Num silêncio artífice,

As suas grutas insidiosas,

As suas nuvens demoradas.

Vou sentar-me contigo,

Sem medo, a ouvir o sorvedouro.


Nuno Rocha Morais


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