sábado, 11 de maio de 2024

Falo contigo, ou antes,
Como da tua mão

E, se não olho, são

Penas os meus dedos

E asas os braços

Que desaprenderam

Toda a leveza.

Falo contigo

À procura de sementes,

De grão em solo duro,

Aspereza avara,

Rio-me porque engana

O rebrilho de berloques

Que levo e nada valem

Para a minha fome.

É triste, enreda-me o frio

Quando falo contigo,

Enredou-me o frio

Nesse ninho ao telefone.


Nuno Rocha Morais 

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