Como da tua mão
E, se não olho, são
Penas os meus dedos
E asas os braços
Que desaprenderam
Toda a leveza.
Falo contigo
À procura de sementes,
De grão em solo duro,
Aspereza avara,
Rio-me porque engana
O rebrilho de berloques
Que levo e nada valem
Para a minha fome.
É triste, enreda-me o frio
Quando falo contigo,
Enredou-me o frio
Nesse ninho ao telefone.
Nuno Rocha Morais
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