A bruma desce sobre as coisas quase asma,
Erguendo na visão de todas um fantasma,
Na bruma, tudo é sombra e tudo dista.
Paira um frio metálico e o vento é embotado,
Os espaços tornaram-se breves e lassos
E as distâncias na bruma têm curtos braços.
Neste silêncio quem vive? Aliado ou inimigo?
O que há, doce calma ou ameaça?
Dentro do movimento, nada mexe ou passa,
Tudo está como quedo em ser incerto.
O que se vê no céu? São aves ou instantes?
Serão dessas vidas as mortes rasantes?
Na bruma, nunca estou de quem sou perto.
Nuno Rocha Morais
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