Tanto tenho morrido para sempre
Mas ainda volto pelas portas entreabertas
Do crepúsculo
Pela luz pálida, cadavérica
Moribunda
A luz que me conhece
Que me acompanha pelas ruas
Onde sou leve como ninguém
Pois que ninguém me reconhece
E chego junto de ti
Venho dizer-te – Tenho morrido tanto
E é para sempre
Receio não ter-te amado até ao mais fundo
Da minha força e ela secou
Quase me desvaneço Falo-te
Pacífica mulher de Vermeer
Talvez fluir de outra vida já
Já não me reconheces
Sou agora outra margem
Só os mortos me reconhecem
Nuno Rocha Morais
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