Dias solidificados num hábito,
Num hábito a que chamam,
Segundo o habitual mecanismo das horas,
Amor ou sonho ou trabalho.
Um hábito a que chamam vida,
Tiquetaque dos passos,
Sempre os mesmos
Do sempre mesmo hábito,
A dormir para cumprir
O hábito de acordar,
Um hábito a que chamam vida,
Até terem um enfarte de regularidade,
Até chegar a morte,
Já um hábito,
O plácido ponto final
No requerimento do corpo,
Cumprindo a burocracia da carne.
Nuno Rocha Morais
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