sábado, 4 de janeiro de 2020


Trago a cabeça cheia de códigos, 
Trago outros em cartões.
São os odores, os toques de antenas, 

As secreções por que o sistema,
A grande mãe cega, me reconhece. 
O meu nome pouco interessa
Ou os carreiros que sigo,
Onde é a minha toca ou formigueiro. 

Estes números são os poros
Por que respiro, o sinal
Que me torna visível no sonar,
Que me abre portas que desembocam
Noutras portas e estas desemportam
Noutras bocas.
Não estamos tão longe de insectos pitagóricos, 

Tão longe de demonstrar a existência de Deus. 

Nuno Rocha Morais (Poemas Sociais)

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