Que deve ter feito parte de um corpo,
Vestígio de relentos, de uma vida
Que rolou sobre a relva de Maio
No Palácio de Cristal
Antes de se sumir,
Fulminada pelo canto do galo –
“Ainda há galos no Porto?”;
Mas rola, por enquanto,
Entre corpos de
amores anónimos, lábeis,
Domínio livre de movimentos felizes
Que agora haveriam de ser brisa,
Arbitrariamente brisa,
De súbito ferida
(“Tenho de ir”, repetia uma vida)
Pelo canto do galo, como então,
Quando a manhã se esclarecia
Num isolamento de tons
E ganhava forma a separação.
Nuno Rocha Morais
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