Que se acoita na nossa língua,
Como uma doença,
E a rouba.
A luz lisa do papel, a sua candura
Já obscurecida
Por uma voz já rouca,
Um olhar já rasgadamente aberto,
Um lábio já tangido,
Uma colina de barcos já envelhecidos,
Um degrau de crinas já consumido,
Uma veia já navegada pelo sorvo.
A maré que engole
O lugar da nossa liberdade.
Somos a folha invadida
Pelo incêndio minúsculo de um eco.
É sempre a mão da luz alheia
Que nos guia por entre o vapor das palavras
E nos faz juntar águas
Onde esta manhã de um anel já foi ouvida.
Invadidos por páginas,
Lutamos para não ser apenas a ramificação de uma
boca.
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