Por ela me chegaram as
primeiras manhãs.
Já não ouvi as últimas palavras
Ecoando no útero da fábula,
Antes de os animais se
calarem para sempre
Ou de começarem a falar
uma linguagem
Que a nossa babel não
pode entender.
Na escuridão dela, sem
medo do escuro
Terei pisado a erva do
paraíso;
Se pisei era quente, de
um calor humano.
Já não vi anjos ou
deuses ou serpentes.
Não conhecia o sabor da
maçã:
Não tinha memória de
nada.
Não me lembro do sabor
inocente do leite,
Nem depois da água fria
do baptismo.
Desci por este sangue,
Mas não saberia dizer
exactamente
Quando, em que conjunção
do tempo,
Comecei a existir.
Talvez só ela possa.
Ela já foi alta e agora
é pequena:
Os meus olhos
cresceram,
Mas ela não mudou.
A sua voz encontra em
mim
Para onde caíram os pássaros
do Paraíso,
Que se recomeça em
qualquer lugar,
Os jardins onde se
senta, talvez um pouco mais cansada –
Os jardins estarão
talvez mais longe.
Subimos a corrente,
trago-te pela mão,
Para te revelar o
segredo último,
Embora te diga apenas:
“A minha mãe”.
Nuno Rocha Morais
Gostei de me perder nesse árduo labirinto imagético, nessa busca onde a razão dissolve-se dentro da emoção. Deixo a minha tradução em italiano.
ResponderEliminarAproveito a ocasião para pedir a sua ajuda: queria comprar on-line "Últimos Poemas", mas o livro està esgotado (ou não disponível) no Wook e no Bertrand.
Eu ficarei muito grata se você puder me enviar um exemplar (gostaria que fosse assinado por você) e especificar quais são as condições de pagamento.
Deixo aqui o meu e-mail (manualdo@teletu.it) onde você pode me responder privatamente e encontrar o meu endereço de casa.
Espero que isso não lhe cause demasiado incómodo.
Talvez, no futuro, eu possa retribuir tamanha gentileza. Disponha.
Um abraço,
Manuela Colombo
Presentazione
Mi svegliai che era notte:
Da lei mi giunsero le prime mattine.
Più non sentii le ultime parole
Echeggiare nell’utero della fiaba,
Prima che gli animali tacessero per sempre
O cominciassero a parlare un linguaggio
Che la nostra babele non può capire.
In quell’oscurità, senza paura del buio
Avrò calpestato l’erba del paradiso;
Se la calpestai era calda, di un calore umano.
Ma più non vedevo angeli o dei o serpenti.
Non conoscevo il sapore della mela:
Non avevo memoria di nulla.
Non mi ricordo del sapore innocente del latte,
Nè d’aver sentito l’acqua fredda del battesimo.
Sono sceso lungo questo sangue,
Ma non saprei dire esattamente
Quando, in quale frangente temporale,
Cominciai a esistere. Forse solo lei può.
Lei che già fu alta e ora è piccina:
I miei occhi crebbero,
Ma lei non cambiò.
La sua voce ritrova in me
Gli stessi luoghi, gli stessi giardini,
Ove caddero gli uccelli dal Paradiso,
Che si ricrea in qualunque luogo,
I giardini dove si siede, forse un po’ più stanca –
I giardini saranno forse più lontani.
Risaliamo la corrente, ti conduco per mano,
Per rivelarti l’ultimo segreto,
Malgrado ti dica solo:
“La mia mamma”.
Fico-lhe muito grata por mais esta bela tradução para italiano.
EliminarDomina tão bem a língua portuguesa!
Já lhe mandei um email para o endereço que me enviou dando-lhe informações sobre o seu pedido.
Um forte abraço e até sempre