Deixo a verdade mentir
mais
E mais, até a mentira
ser verdade:
Fundem-se assim opostos
em iguais,
Misturados em uma mesma
grade.
Vejo então qual verdade
a falsa ponte
Que num nós funde os
nossos sós pronomes
E de ti faz tangível
horizonte,
País onde me acoites e
me tomes.
Pela falsa verdade é
que eu te falo,
Ébrio de quanto quero
acreditar.
Depois, é o teu espanto
como um galo,
Um sino ou um alarme a
despertar
A mentira do seio da
verdade,
Alma que, pela morte,
do corpo se evade.
Nuno Rocha Morais
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