Cresce dentro de mim,
despercebido.
Maternalmente, alimento
esse estame
E o hóspede usurpa o códice
de cada célula,
Que sujeita ao assédio
da sua fome.
É uma omnipresença que
se torna carne,
Como um destino, avatar
exacto, matemático.
Vegeta e mineraliza.
A sua liberdade
estende-se, ilimitada
Até onde vai o meu
corpo.
Cresce, fetal, no seu
incunábulo,
Cerra os pequenos
punhos
Até que tenha força
bastante
Para ser dor, gnose,
nome – cancro.
Nuno Rocha Morais
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