domingo, 21 de setembro de 2014

Eu sou daqui
E não sei senão ser daqui,
Como os rios que em oceanos se fundem
E nunca esquecem o seu rosto inicial:
Leve, quase alado suspiro de água
Entre inominadas rochas.
Os rios retomam sempre
Essa sua infância.

Eu sou daqui
E não sei senão ser daqui,
Mas tu não entendes
O peso que é, às vezes, ser daqui:
Tu és filha de cosmopolita néon,
És eco de outros rios.
Portanto, não podes entender
O peso que é, tantas vezes,
O ser português.



Nuno Rocha Morais

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