Imortal
É toda a vida
Que não temos.
2.
Sem ensaios
A nossa morte.
3.
Suspeita quando o teu corpo
Te disser que é só sono
E o sono, sempre,
Que ainda não é manhã.
4.
As formas do tempo:
Coisas, nós,
Princípios e fins.
5.
Rasgámos
A seda do eclipse.
A treva é ainda maior.
(Aparentemente, um poeta é uma entidade que gosta da morte.
A cada poema, parece que renasce a contragosto, parece perguntar: para quê, porquê perturbando-me, criando-me? A resposta, ainda ninguém a ouviu. Ou ouviu-se variamente e a verdadeira, ou verdadeiras, se as há, estão perdidas nesse transe de confusão.)
Nuno Rocha Morais
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