Agora vais aprender a estar só.
A olhar para as tuas mãos
Depois de te terem partido
Minuciosamente, um a um,
Todos os dedos, inúteis como gravetos.
Vê como não se dissolveram os teus gritos,
Cravados no ar. Vê,
Vais aprender a desprender de ti
Todo o amor com ferocidade
E, porém, numa perplexidade geométrica
E só poderás entender a perplexidade.
Tudo isto, há muito o adivinhavas,
Há tanto tempo – porque esta
Foi a solidão que em outros deixaste.
Nuno Rocha Morais
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