Que a sombra teceu para nós
E consumimos ainda sonhos ancorados
As estrelas foram dependuradas nos tectos
Os punhos foram decepados
Os passos mais ousados encarcerados nos canis e abatidos
Depois foram as notas do tambor roubadas
Aquelas notas verdes e rodopiantes
Que algumas mãos de noite enterraram no silêncio dos tímpanos
E o sangue que chegou ao coração
Trouxe ordens impressas
As pombas viram as suas asas transparentes
Substituídas por ossos negros
E na vida abriu-se um sorriso que durasse
Com um estilete
Nuno Rocha Morais
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