Há muito tempo,
Entro nessa penumbra
Que, tonitruante,
Paramenta o espaço.
O entendimento de muitas metáforas
É pó, nada mais do que pó.
Pão, vinho, cordeiro –
O que significam estes símbolos
Onde Deus vai acordando
Como uma flor dormente?
E quem é esta gente, o rebanho,
Que conflui para os cânticos
Como um rio lento e seguro?
Uma estranha felicidade
Incensa as suas vozes incompreensíveis.
Há muito que guardo Deus
Como um livro fechado,
Órfão da fome que alimenta
E da ressequida sede que dessedenta.
Nuno Rocha Morais
Sem comentários:
Enviar um comentário