A densidade de todas as palavras já escritas,
A corrente que respira, violenta:
É contra ela que remo,
Para encontrar esse leito
De página branca,
Onde todo o voo será meu,
Onde cada vez que a mão ousar,
Não estará a ser sorvida pelo lugar-comum
De uma ousadia (o)usada.
Atravesso todas essas vozes
Que encantam e me pedem que fique
E me sente à sua sombra
A ouvir as suas histórias.
Não posso, não posso:
Mais além é a desova da palavra,
Mais além, sempre mais acima,
Sempre mais fundo.
Em tudo o que já foi dito,
Há algo que ainda não foi dito.
Nuno Rocha Morais
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