Não te censuro que me não reconheças,
O meu tronco foi margem das estações,
Aí a água e o jogo do tempo
Cumpriram o seu dever.
Também a minha voz se perdeu
Na erosão do silêncio
E já não te posso falar da forma antiquíssima
Como o fazia quando ainda não havia tempo
A galopar, a pender, a cogitar, a esquecer.
As curvas da face são outras,
As antigas foram-se perdendo
Para que o meu coração do tempo me aceitasse.
Quem sou? Não importa.
O meu nome é um eco de esquecimento.
Nuno Rocha Morais
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