sexta-feira, 1 de julho de 2022


A forma oficia o barro,

É muitos indivíduos informes,

Uma revoada de equívocos

Que não admitem réplica,

Manancial: sou.

Aqui estão coisas que não chegarão a ser,

Tantos e tantos futuros. Seja.

Há talvez um nome que me procura,

Élitro e música que desce

De onde não pode ser ouvida

Para o último seu destino primeiro,

Onde não será ouvida,

Porque o seu verdadeiro destino é este,

A duração, deixando a memória

De uma vibração inscrita no espaço,

No som do tempo e do espaço,

Como a anilha na pata de uma estrela.

O ser estrangeiro é enorme

Dentro de mim, devora-me,

Perde-me: talvez dure,

Não sei, vibre, nome de música própria.


Nuno Rocha Morais

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