sexta-feira, 13 de maio de 2022

 

Um rio que é ar

Entre os lábios das margens;

Uma ponte sóbria, certa, segura;

O meu corpo inclina-se ao passo:

Atravesso a ponte?

Além continua o meu destino?

 

À luz silenciosa

Á brisa que inventaria as folhas,

Diante da rumorosa docilidade da água,

Sente-se a presença sem sombra

Da ilusão.

 

Mas o que é que a ilusão sustenta:

A outra margem,

O convite da ponte

Ou a minha inclinação para o passo?

 

Nuno Rocha Morais


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