Tanto tempo truncado
Entre quatro paredes
Acrescentando-se à treva.
Tanto sofrimento, tantos processos,
Tantas leis, tantos crimes,
Tantas mortes, tantas despedidas,
As asas de tantas cartas
Escritas pelos encarcerados
Que sobre o papel deixam a sua voz de vento.
Tantos amores tornados dissolutos
Tantas famílias arruinadas,
Tantos homens como buracos,
Apenas para saber que dentro das grades,
Se divisa o rosto nu da liberdade,
Essência sensível.
Nuno Rocha Morais
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