domingo, 8 de maio de 2022

 

Tantos séculos de sangue,

Tanto tempo truncado

Entre quatro paredes

Acrescentando-se à treva.

Tanto sofrimento, tantos processos,

Tantas leis, tantos crimes,

Tantas mortes, tantas despedidas,

As asas de tantas cartas

Escritas pelos encarcerados

Que sobre o papel deixam a sua voz de vento.

Tantos amores tornados dissolutos

Tantas famílias arruinadas,

Tantos homens como buracos,

Apenas para saber que dentro das grades,

Se divisa o rosto nu da liberdade,

Essência sensível.

 

Nuno Rocha Morais

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

A minha voz pode esquecer-te, Mas não o meu silêncio. De sofrer por ti fiz a minha casa – O escárnio e o absurdo Passam sempre, por mais que...