terça-feira, 3 de maio de 2022

Cá venho eu de palavras ao ombro,

Palavras esburacadas por nelas cavar metáforas.

Cá venho para encontrar nas palavras

O teu corpo, e nele, reunir o teu nome,

Esse brilho ou fulgor imarcescível.

Venho em busca de uma enseada de silêncio.

Cá venho, para acalmar os teus olhos,

Encapelados de terra,

Cá venho, para apaziguar o mar e a noite,

Para fazer do sal um tapete

Onde o amor não transborde.

Cá venho, com o erotismo que pula

De poema em poema, fogo latente.

 

Nuno Rocha Morais


Sem comentários:

Enviar um comentário

Deram-nos uma liberdade de cravos Desenterrada dos mais sombrios tempos – Crónica da memória – Liberdade pisada, amarfanhada Nas profundezas...