sexta-feira, 4 de março de 2022

Blasfémia


Hoje, a minha solidão

Foi um azulejo terrivelmente branco

A quem o dia ignorou.

A minha solidão foi navegação

No lago onde a hora era excessivamente calma.

Hoje, a minha solidão

Foi o tempo da cinza,

O tempo em que tudo são ecos

De paredes vazias, vazias.

Hoje, até Deus morreu muito.

 

Nuno Rocha Morais

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

O ar bárbaro do mar encerra as veias E o choro dos ausentes. O vento range memórias de amarras E o sal traça o odor de epopeias marítimas. A...