quarta-feira, 9 de março de 2022

A promessa

 


 

 

 

A luz floresceu ao contrário,

É uma luz errada e podre,

É um vulto débil na minha mão,

E um papel já demasiado rasgado

Para que nele se possa traçar

Alguma enseada do longe.

É uma luz fugaz,

Caminho que guia ao silêncio,

Mas é a luz onde queimo os olhos,

Como se fosse uma folha de promessa,

Como se fosse uma mensagem de terra,

Um odor, uma dor como um remo,

É uma luz num lençol, quase sombra,

Mas que me faz agarrar-me a mim,

Arrastar-me pela curva de mais um dia.

 

Nuno Rocha Morais

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