A luz floresceu ao contrário,
É uma luz errada e podre,
É um vulto débil na minha mão,
E um papel já demasiado rasgado
Para que nele se possa traçar
Alguma enseada do longe.
É uma luz fugaz,
Caminho que guia ao silêncio,
Mas é a luz onde queimo os olhos,
Como se fosse uma folha de promessa,
Como se fosse uma mensagem de terra,
Um odor, uma dor como um remo,
É uma luz num lençol, quase sombra,
Mas que me faz agarrar-me a mim,
Arrastar-me pela curva de mais um dia.
Nuno Rocha Morais
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