No teu corpo, na tua alma,
Mas não eram teus, corpo e alma.
Digamos que se tratou de um cenário
Para que por ele as coisas passassem;
Passaram corpos, passaram anos.
Para o sofrido, esperaste propósito,
Mas não para o feliz, de que te apossaste.
Viveste tudo como teu,
mercenário,
E, no entanto, agora,
Não sabes o que será de ti,
Prestes a devolver corpo e alma.
Em breve, ser-te-ão desconhecidos.
Não és senhor sequer do que viveste.
Nuno Rocha Morais
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