sábado, 12 de dezembro de 2020

Monólogo


 

Dos meus poemas que te direi?

Só que busquei neles a transparência

Que o mundo permite,

Que revolvi a terra das palavras,

Fiz enxertos na sua arquitectura,

Fundi, descarnei.

E de mim, que te direi?

Apenas que sou alguém

Envolto nesses poemas. Nada mais.

E a ti, que te pedirei?

Que dês vida aos meus poemas,

Pedindo-lhes mais do que eles te podem dar.

 

 

Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

A minha voz pode esquecer-te, Mas não o meu silêncio. De sofrer por ti fiz a minha casa – O escárnio e o absurdo Passam sempre, por mais que...