Não deportaram as paredes
Só porque não puderam.
Fizeram mal – as portas falam,
As paredes escutam,
Ouvem todos os crimes,
E já nenhum poder está a salvo.
Os telhados têm terrores nocturnos,
As sombras continuam
A ser arrebanhadas,
No esquecimento não cabe
Nem mais uma gota,
Todos os livros queimados
Enegrecem as paredes
Mas o musgo resiste,
Esconde cartas e instantâneos
Algures entre pedras
Mantém um diário.
Nuno Rocha Morais
sábado, 18 de julho de 2020
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