Temo que, um dia, realmente,
Uma criança se abeire de mim
E me pergunte o que é a erva,
Um urso, um lobo, um lince.
Temo que, um dia, estas criaturas
Apenas vivam no redil das fábulas
E não passem de palavras
Que já não captam o mover de um corpo.
Temo que, um dia, uma criança me pergunte
O que são índios ou florestas tropicais,
O que são baleias ou golfinhos,
Castores ou florestas oceânicas.
Temo que, um dia, talvez já amanhã,
Ou talvez ainda hoje,
Acordemos sozinhos aqui,
Num mundo povoado apenas por nós,
Pelos nossos anjos ou demónios,
Num mundo apodrecido
Pela odiosa peste maiusculada
Do nosso bem e do nosso mal.
Nuno Rocha Morais (poemas sociais)
Uma criança se abeire de mim
E me pergunte o que é a erva,
Um urso, um lobo, um lince.
Temo que, um dia, estas criaturas
Apenas vivam no redil das fábulas
E não passem de palavras
Que já não captam o mover de um corpo.
Temo que, um dia, uma criança me pergunte
O que são índios ou florestas tropicais,
O que são baleias ou golfinhos,
Castores ou florestas oceânicas.
Temo que, um dia, talvez já amanhã,
Ou talvez ainda hoje,
Acordemos sozinhos aqui,
Num mundo povoado apenas por nós,
Pelos nossos anjos ou demónios,
Num mundo apodrecido
Pela odiosa peste maiusculada
Do nosso bem e do nosso mal.
Nuno Rocha Morais (poemas sociais)
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