sábado, 14 de março de 2020

Felizmente, industriosos,
Arranjamos forma de não parar
Nunca para pensar
Nem, tão pouco, há mundo vivo
Que sustente o remorso
Por tanta criatura desaparecida,
Tragada entre erros e acertos
De julgamento.
Na nossa balança, haveremos
De sair sempre a ganhar,
Mas se algo se reergue ainda
Da extinção ditada pelos nossos pés,
Então só das pedras poderemos esperar
Que não tenham o coração
Endurecido contra nós.

Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

Sofro esta turbulência cega, O choque de astros e pássaros e ventos, O redemoinho de folhas e silêncios. Nada sei do que estas saudades dese...