sexta-feira, 30 de agosto de 2019











O cume da tarde arredonda-se,
Erodido pelo tempo,
E, todavia, os longos comboios
De barrocas e diurnas flores
Cruzam, lentos, as cúpulas,
Espalhando o seu perfume fútil,
Chocando uns com os outros,
Rebentando-se, esvaziando-se –
Secos dedos apontados, corações estáticos.

A Leste, um pulso consome-se,
As veias já são percorridas
Por um sangue arrastado.
Uma palavra apodrece;
Timor - Temor.


Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

Como dói o ignorado humano. Vou, então, procurar Algo semelhante a ternura: O vapor de um chá, A lembrança de um papel antigo no bolso, O qu...