sábado, 7 de setembro de 2019

Que não seja o mito
De mamas e rabo grandes,
Mas o sol regido pelos caprichos
De uma lua saturnina.
Só os barbitúricos a compreenderam,
Só foi feliz nesse limbo,
Ausente da carne queimada
Por focos e holofotes,
Ardendo entre dois nomes,
Sufocando nos sorrisos e beijos contrafeitos
Sob todos os rostos
Que nela quiseram ver –
A loura, a bela dos calendários,
A voz aveludada e estúpida.
Mas de nada lhe serviu ser Marilyn,
Não pode ter sequer os seus sonhos.
Ser Marilyn tornou-se o pesadelo imortal –
Encurralada na mulher
Que só sofreu o amor,
A chama procurando refúgio
E encontrando sempre a extinção
A morte de Marilyn é a história de um crime
E a arma, o que restava de Norma.

Nuno Rocha Morais (Galeria)

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