domingo, 30 de outubro de 2016




Se, ao entrarmos numa casa,
Temos a impressão de voltar ao passado
E cometemos o abusivo atalho
De pensar no passado como uma casa
Que poderá eventualmente ser nossa,
Então, estaremos condenados a viver
Em meras cicatrizes de casas,
Linhas enegrecidas onde só a custo
Se adivinham paredes e tecto nenhum,
Só talvez uma porta fora dos gonzos,
O fóssil de uma entrada sem saída
Que bate sob o assalto violento
De uma decepção curiosa,

A única presença que talvez não seja intrusão.

Nuno Rocha Morais

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