quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Gens litterarum

São amigos dos poetas,
Os poetas são o seu ganha-pão.
Amassam, cortam, dissecam versos,
São abelhas obreiras azafamadas.
Calceteiros e sinaleiros:
Encontram nos versos o sentido único,
As proibições de voltar à esquerda ou à direita.
Podam a volatilidade do verso,
Impedem que a palavra se perca
Em busca da palavra mais justa.
Cimentam o verso,
Plantam neles lindos canteiros
E sentam-se, bucólicos, embevecidos,
À espera do musgo.

 Nuno Rocha Morais

As contracções, A ira de Deus, O sangue da maçã mordida, A serpente enroscada No pescoço que aperta E aperta, A fractura da identidade, A de...