São
amigos dos poetas,
Os
poetas são o seu ganha-pão.
Amassam,
cortam, dissecam versos,
São
abelhas obreiras azafamadas.
Calceteiros
e sinaleiros:
Encontram
nos versos o sentido único,
As
proibições de voltar à esquerda ou à direita.
Podam
a volatilidade do verso,
Impedem
que a palavra se perca
Em
busca da palavra mais justa.
Cimentam
o verso,
Plantam
neles lindos canteiros
E
sentam-se, bucólicos, embevecidos,
À espera do musgo.
À espera do musgo.
Nuno Rocha Morais