Às vezes, marco
encontro com ele –
Para jantar, para ir ao
cinema,
Mas, depois, é o silêncio
estéril
De quem não tem nada
para dizer.
Prefiro não me fazer
confidências,
Não me fazer perguntas
Porque não sei as
respostas –
Ou então conheço-as bem
de mais.
Evito dizer “eu” porque
há sempre alguém
Em mim que se insurge,
excluído.
E é longa a inimizade
que nos une.
Chego a casa e lá estará,
À minha espera, com uma
recriminação:
Censura-me porque está
só,
Censura-me porque ama.
Censura-me porque ama.
Nuno Rocha Morais