domingo, 9 de outubro de 2016


Às vezes, marco encontro com ele –
Para jantar, para ir ao cinema,
Mas, depois, é o silêncio estéril
De quem não tem nada para dizer.
Prefiro não me fazer confidências,
Não me fazer perguntas
Porque não sei as respostas –
Ou então conheço-as bem de mais.
Evito dizer “eu” porque há sempre alguém
Em mim que se insurge, excluído.
E é longa a inimizade que nos une.
Chego a casa e lá estará,
À minha espera, com uma recriminação:
Censura-me porque está só,
Censura-me porque ama.


                                           Nuno Rocha Morais

O ar bárbaro do mar encerra as veias E o choro dos ausentes. O vento range memórias de amarras E o sal traça o odor de epopeias marítimas. A...