terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Sei de alguém aí,
Saber ténue, ensombrado
Por opaca ignorância, imensa.
Sei uma face – qual? –
Do outro lado da palavra,
No outro pólo do silêncio.
Entre nós, a navegação da página.
Quem és? Quanto porás de ti
Na arquitectura deste verso?
Como povoarás as suas clareiras de sombra?
Quanto de ti fossilizado neste verso?
Que relevo na tua alma?
Nada me dirás, eu que para ti
Também não tenho rosto,
Distante, maquinal, extremo.
Nada me dirás, a mim
Que concentrei esta palavra
Sonhando-te.

Nuno Rocha Morais

1 comentário:

  1. Mais um poema repleto de sutileza e sensibilidade.

    "Quanto porás de ti na arquitectura deste verso?"

    Belíssimo!
    Um abraço, Manuela


    So di qualcuno lì

    So di qualcuno lì,
    Sapere tenue, offuscato
    Da opaca ignoranza, immensa.
    So di una faccia – quale? –
    Dall’altro lato della parola,
    All’altro polo del silenzio.
    Tra noi, la navigazione della pagina.
    Chi sei? Quanto di te porrai
    Nell’architettura di questo verso?
    Come riempirai le sue radure d’ombra?
    Quanto di te è fossilizzato in questo verso?
    Che risalto ha nella tua anima?
    Nulla mi dirai, io che per te
    Ugualmente non ho volto,
    Distante, meccanico, estremo.
    Nulla mi dirai, a me
    Che ho concentrato la parola
    Sognandoti.


    http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/pagina_autor.php?cdEscritor=6281&cdPoesia=129627

    ResponderEliminar

Onde estais versos magníficos, Cantos de fachada belíssima, Naves de silêncio imponente, Palavras que ultrapassam o tempo, Onde estais, que ...