Fiquei até ao fim,
quando já não me querias
Não te abandonei quando
me abandonaste
E agora não me posso
defender,
Não posso dizer uma
palavra.
Perdi os amigos, perdi
o espírito,
Vendi a minha alma a um
demónio de passagem
Para poder ficar ao teu
lado,
Para te continuar a
seguir,
Mas foste tu que
partiste, e assim me querias,
Desprendido e distante.
Mas, mesmo o abismo não
basta
Para me separar de ti,
Nem sequer este dentro
de mim.
Esqueces já tudo, até
encontros futuros
Marcados talvez por
dias que perdemos
É por isso que um bebé
não dorme no meu colo,
Perturbado pela minha
escuridão.
Sim, sou um cobarde, o
dia é irreversível,
Perdoa-me porque,
afinal,
Também eu sou humano,
Também eu não vim para
ficar
Em nada, em vida
nenhuma,
Salvo talvez como fóssil.
Creio que, no fim de
tudo,
Não me serão perdoados
Os crimes que cometeram
contra mim.
Nuno Rocha Morais
Sem comentários:
Enviar um comentário